segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Suficiente...


Mia Doi Todd

My Room Is White
My room is white, the walls
And all my appliances, all compliances.
 I live in silence, my windows
Closed to traffic, all that racket.
You are the opposite.
I could never fit Into your apartment.

Are we going to give up or (are) we going to try?
Are we going to give up or (are) we going to try to learn what life is?

The tide comes in, and we're caught
By the rocks and the wetness neverendless.
We kiss for the first time, our lips and tongues
Tied in fitness, infiniteness.
Then the ocean pulls back somehow,
To reveal a crowd of uncertainty.

Are we going to live up to the words we said?
Are we going to live up to love we made?
Made? Made?

A house, a garden, a family tree,
Fruit aplenty, all varieties.
Desire fulfilled, inspired until
The awakening from our daydreaming.
Here in reality, what we make believe
We can make happen.

Are we going to give up or are we going to try?
Are we going to live up or are we going to die tonight?

Are we going to give up or are we going to try?
 Are we going to give up or are we going to try to learn what life is?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Alice

Sim, eu acho que sou um sonhador.
Eu gosto de acreditar que as coisas possam ser diferentes do que as pessoas falam.
Eu gosto de não acreditar que tudo é assim: como a gente vê.

Eu prefiro me perder na esperança do sentimento, do que me aprisionar na falsa liberdade do "é assim".
Gosto dos pequenos gestos, das surpresas, das carícias, da calma de nós dois.
Gosto de textos sentimentais, de bolinhos surpresa ,até mesmo de papéis-de-carta.
Quero acreditar em um mundo onde as pessoas sintam diferente.

Mergulhei fundo nessa crença que as coisas não precisam ser assim, frias e "verdadeiras".
Gosto de viver nesse mundo mágico que foge a realidade de torpor que estou inserido.
Me alimento das sobras, aquelas que ninguém quer, aquelas que são descartáveis, aquelas que nos fazem mais humanos.
Você sabe quais são?
Não?
Cuidado, pode ser que você já tenha descartado algo precioso.

Sim, eu acredito em provas de amor, em sorrisos sinceros, em cavalo branco e capa jogada sobre a poça de lama.
Eu prefiro me entupir de possibilidades ao me fechar no realismo da consciência de hoje.
Eu prefiro chorar e me lamentar por, às vezes, gostar do errado , do não possível.
Eu quero acreditar .. eu acredito.
Eu acredito em finais felizes.
Porque se eu penso assim, então isso me dá a esperança de que mais alguém possa pensar.

Eu gosto do E SE..
E se fosse diferente,
E se você tentasse,
E se nós tentássemos...

Sim, eu sou um sonhador e vivo imerso em um mundo que não é real, em desejos que não são alcansáveis e  em verdades que não são conhecidas.
Eu vivo em um universo que sou criador e criatura e me assusto com as possibilidades irrealizáveis que me proponho.
Mas avaliando de fora, vejo apenas que este universo é uma parte ínfima do desejo, das possibilidades que podem existir.

Eu sou sim um sonhador e prefiro a loucura do amar do que a docuça da conquista de hoje.
Pode ser que eu viva em um mundo que não existe.. na verdade ele existe porque eu o vivo.
E é de lá de onde tiro meu alimento, minhas psicoses, minhas perguntas.
É de lá donde vem as vontades matutinas, as incertezas do meio-dia e as lágrimas noturnas.
Não quero dar o braço a torcer pelo comodismo de usar a razão, a razão pode até me proteger da dor, mas ela também me priva da totalidade do sentir.

Eu vivo em um mundo que não me cabe, que não entendo, que não compartilho das verdades.
Não sou excluso de aproveitá-lo, por que o faço.
Mas não consigo engoli-lo, vomito-o com ânsias e dores.
Eu o desejo e o desprezo, porque esse  pequeno mundo chamado realidade, tira a paz do meu universo.
Porque esse mundo frio e devastado pelos cavalheiros do "aproveitar" tiram-me a pouca visão da doçura do "lutar".

Eu sou um sonhador e sofro por isso, mas não desestirei de erguer o meu estandarte.
O único que me importa, o que está impresso meus sentimentos e minha alma.
O levarei nas guerras, aquelas que traverei comigo e com outros.
E ele só será abaixado no dia que suncubir, quando meu coração parar de bater.

Não peço para que você ou o outro ai do seu lado aceite esse mundo, nem o respeite, mas por favor não o destrua.
Existe uma pessoa que é melancólica sim, exagerada, doída, sentimentalista, até idiota.
Mas essa pessoa sente e em um proporção que talvez você não entenda.
Não me acorde deste meu sonho, pois ele é que me mantém vivo.
Eu sou um sonhador, o meu mundo são meus sonhos e minha vida é sonhar.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Com tua mão, segura a minha.

Ei você, dê-me sua mão.
Pode atravessar a ponte agora, é seguro.
E finalmente receberei teu abraço como láurea dos que lutaram.
Dê-me sua mão e terei a certeza que estamos indo ao mesmo lugar.
Ei você, não tenha medo de atravessar. 
Sou eu do outro lado.

Por muito tempo fiquei vagando, pensando onde meu andar me levaria.
Outras vezes , no entanto, não pensei. Fui a qualquer lugar.
Até que o destino me trouxe aqui, donde observo com admiração a beleza do outro lado da ponte.
Sim, está bem diante de mim do outro lado no outro ponto.

Ei você, permita que eu segure tua mão bem firme e puxe você para perto de mim.
Puxe firme o bastante para não te deixar ir para longe, apertado o bastante para que meu coração fale através do meu toque.

Por tanto tempo andamos sozinhos por caminhos separados.
Não consigo mais pensar em um lugar onde você não possa estar.
Não consigo ver outro caminho além do "nosso".
Sim, o caminho não parece seguro e às vezes a ponte vacila, mas esse medo não mais existirá se seguirmos juntos, como apoio.
Permita que eu possa ver teu rosto por inteiro e lá confirmar o que de longe já avistava. 
Permita que te encontre no meio dessa ponte e de lá nos lancemos nessa imensidão chamada AMOR.
  (Barros Constazzpo)






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Élan

Como traduzir em palavras um momento que parece não ser real?
Como ser fiel a cada detalhe sem perder o brilho e a forma das coisas?
Não sei e nem posso expor com exatidão cada detalhe, então o que me resta é fazer essa prece pra você:

Beije-me, beije-me com a intensidade que meus lábios pedem.
Beije-me de tal forma que meu coração fique incontrolável e meus pulmões supliquem ar.
Beije-me com vigor, utrapasse o limite do normal, do permitido, do convecional.
Que eu  me perca na tua boca  e na força com que ela ardentemente restorce meus lábios
Seus lábios prometem a grandeza do universo em um toque e eu quero explorar e me perder na imensidão desse desejo.
Beije-me com intensidade, mostre-me o ritmo que devo seguir
Beije-me e que nesse instante eu possa sentir tuas mãos em meu corpo percorrendo meus braços, acariciando minha nuca. Procurando meu rosto.
Beije-me com a esperança de uma oração e com a beleza de um sonho.
Faça que eu me perca nas possibilidades que tua boca promete.
Que eu me perca na tua boca.
Permita-me sentir o doce toque do desejo realizado.
Abraça-me forte, só assim poderei inebriar-me com teu cheiro que me vicia.
Beije-me como se não existesse o amanhã. Como se não existesse o mundo a nossa volta.
Beije-me assim como te peço e reviverei o meu paraíso prometido.
 
                                                                                 (Barros Constazzpo)

sábado, 12 de novembro de 2011

Olhe de novo... Acho que você não viu tudo.....

Ahhhh que drogaaaa...

Fico puto quando acabo de escrever um texto e vejo que simplesmente não era o que eu queria dizer. Foi o que aconteceu a pouco.

Fica paracendo um monte de besteiras MISTURADAS com um sonífero mortal da falta do que fazer...
Na boa? O pensamento até que é bom, as primeiras frases são até interessantes, mas o meio do texto é uma podridão só. Tão esperado como qualquer outra coisa que qualquer outra pessoa possa escrever.

Essa "bendita" ponderação de escrita que tira os pontos mais relevantes e atordoantes de quem escreve. E vamos combinar que o que excita a leitura é o contraponto ou o ponto exato do que pensamos... O meio termo é tão gostoso quanto água quente com vinagre( porque a comparação? Não faço a mínima)

Bem eu querro escrever mesmo é sobre as pessoas e como elas e eu somos cegas.
Ah sim, escrever sobre os outros é bom demais porque esquecemos o quanto somos pobres e miseráveis para termos algo a escrever sobre nós mesmos.

Um cientista uma vez escreveu que se você ficar umas duas horas em silêncio absoluto e começar a escrever o que simplesmente vem a sua cabeça sem pudores você certamente ficaria apavorado com o que leria.
Partindo desse ponto, imagina o quanto temos a esconder dos outros e de nós mesmos.

Mas não precisamos da pesquisa para saber disso, basta você se pegar pensando em alguém ou avaliando alguém dentro do ônibus.
Quando isso acontece( e acontece com todos), os primeiros instantes são marcados por uma análise frívola de beleza.
Logo após vem a o nosso conceito mais do que conceituado de quem a pessoa é.
Sim, porque como humanos dotados de inteligência superior temos essa capacidade de definir em poucos segundo toda a vida de uma pessoa.

Além do mais temos um senso de moda apurado ao extremo definido pela experiência de nossos guarda-roupas.

Como citei no começo do texto detesto quando minha trajetória de pensamento em um texto ou em um raciocínio muda porque pondero segundo o que as pessoas possam pensar.

Lembro que certa vez estava em uma discussão um tanto filosófica( e isso pode ser chatíssimo) quando ouvi a seguinte definição sobre mim: " Você é da Filosofia da Compaixão". Sabe lá Deus o que é isso(risos)

Na hora até gostei porque o termo soou bonitinho, mas depois que parei para analisar friamente sobre o assunto discutido e sobre a definição colocada senti-me tão deslocado do contexto e tão humilhado pela minha falta de austeridade no assunto que o termo mais adequado no momento para mim seria... BOBO.

Acredito que em cada pessoa existam duas forças dem conflito o tempo todo. Não, não é o bem e o mal. Por favor.
Acho que o conflito no íntimo está mais entre: quem sou e como o meio diz que devo ser.

Olha existe muitas coisas que turvam nossa visão do mundo e de nós mesmos. Quer um exemplo?

Meu signo é virgem e segundo os astros pessoas de signo são inteligentes, prestativas, criticas, perfeccionistas, preocupadss, metódicas, superficiais, interesseiras, cheias de dúvidas, obsessivas, cétiocas, melancólicas, suscetíveis a críticas, frágeis e cheias de manias. .. Ufa!!!
kkkk... Outro dia foi exatamente assim que me defini para uma pessoa e sabe o que é engraçado se não tivesse lido isso a anos atrás e se as pessoas não ficassem dizendo que sou assim eu poderia ser diferente, mas isso já tá tão impreguinado na minha mente que qualquer coisa que eu faça diferente parece que não sou eu...

Vê o perigo?

Às vezes me canso de como as pessoas enxergam a si e aos outros, de como eu enxergo os outros.
Na verdade de como me enxergo.
Cara sou tão filho da puta nessa parte, que fico me julgando tão deslocado das coisas e das pessoas. Na boa, parar de me enxergar como um merdinha é interessante.
E foda-se para o que pensarem sobre essa minha afirmação.(exagerei?)

Hoje em dia as pessoas querem exergar nos outros justamente o que elas acham de si. Outras vezes o que não gostariam de ser.
Na verdade estamos fazendo dos outros um espelho de nós mesmos.

"Se não tenho medo, você também não tem que ter ou tenha medo porque eu não tenho".
"Se eu não choro, não entendo porque você chora ou chore mais do que eu porque assim me sinto melhor".

Outro fato fantástico é que: eu tenho inferno astral e você no máximo passa pelo purgatório.

CHEGA!

Quando vamos passar essa parte?
Quando vamos enxergar de verdade o que somos e o que as pessoas são?
Quando vamos nos desarmar para receber alguém em nossa vida?
Quando vamos para de sabotar nossa felicidade?

Quando vamos olhar o que a pessoa é e não o que eu acredito que ela seja?

Quando vamos ser humanos?

Eu sou sim da Filosofia da Compaixão.
Quero ter compaixão, quero sim chorar e rir ao miesmo tempo.
Quero me emocionar
Só que preciso ter compaixão de mim antes de dá-la ou pensar que alguém precisa.
Quero olhar mais do que roupas, sapatos, jeitos e trejeitos.
Quero ver além das máscaras, das armaduras.
Que sentir além do frio do mármore dos túmulos vazios que nos tornamos.

Quero enxergar nos meus colegas de trabalho algo que nunca vi, quero ver além do sorriso.
Quero enxergar através do olhar.

Quero ser mais simples, mais singelo, mais eu.
Quero tirar a carga dos signos, dos paradoxos, das rotulações, das exigências de cada dia e cada ser.
Quero lavar a alma com soda caústica e tirar todo resquício de tolices.

Eu quero ser livre de mim mesmo.

Às vezes o que precisamos não é analisar, mas simplesmente olhar para o que está na nossa frente.
A pessoa à sua frente não é seu reflexo...
A pessoa à sua frente, às vezes, pode nem ser reflexo dela mesmo.

Olhe mais fundo.
Procure algo que não está no seu check lit e quem sabe você encontrará uma pessoa de verdade?!


Imagem: Gabriela Iturbide

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Uma vez li um livro que dizia que os problemas de relacionamento começam porque baseamos as atitudes dos outros nos nossos sentimentos e naquilo que esperamos.

Partindo deste raciocínio fica fácil entender porque as pessoas se chateiam com as outras, e sim, tem sua lógica entender que nem sempre a pessoa ao nosso lado entende o que queremos ou o que nos é extremamente importante.

O ruim é quando as pessoas justificam suas ações ou a falta delas em textos como estes. Eles dão uma margem para a desculpa e para a sustentação delas.

Sabe, diante de tantas coisas que vemos nas pessoas, das conversas, das entrelinhas não seria difícil esperar que a outra pessoa entendesse o que queremos.

Quer saber, vou parar de tentar justificar a justifiação de quem não consegue enxergar um palmo diante do nariz, ou melhor, quem não consegue ter sensibilidade o suficiente para entender que sim, não podemos basear as ações das pessoas nas nossas ações, mas podemos cobrar aquilo que elas prometem.

Vem cá, qual a dificuldade de entender que eu não sou igual a você? Qual a dificuladade de entender que uma ação vale mais que mil palavras e que, às vezes, mas só às vezes, seria interessante parar de se desculpar e tentar encontrar respostas para tudo, e simplesmente fazer.

O chato em tudo isso é que nós temos que dar todas as deixas, falar o que queremos o que nos faz feliz. E mesmo assim algumas pessoas se fazem  de surdas . Deve ser mais cômodo, não sei.
E mais chato ainda é que precisamos explicitar em palavras algo que está implícito nos nossos olhos, nas nossas ações.

Caramba, eu só quero ser valorizado.
Mas de uma forma que eu seja o foco e não o coadjuvante. Eu quero o cuidado, a surpresa, a dedicação, a luta. Sim eu quero provas de amor.

Como já disse outras vezes, as coisas são belas quando acontecessem naturalmente, e é chato vê-las acontecer só porque eu falei. Eu tive que falar...

Eu quero que o importante não seja o que foi comprado, mas como foi planejado , no que foi deixado de lado para que isso acontecess. No quanto você se dedicou, pensou, arquitetou, correu atrás.
Só uma vez eu não queria receber as coisas por tabela. Eu queria ser o foco. Eu queria que o que eu falasse fosse pensado e pesado.

O quê, to sendo egoísta demais?
Pode até ser, mas se não pode cumprir não prometa.
Se não pode manter, não comece. Se não pode ser, não fale que é.
Se não consegue realizar, pare com o discurso.

Não vai mudar, vai?

Adoro comédias românticas, porque assim como os contos de fadas, foram coisas imaginadas que não acontecem na vida real.
E esse deve ser o meu problema, eu espero demais naquilo que obviamente não vai acontecer e nem mudar.
É... vou me preocupar mais comigo, mas não porque o livro estava certo. 
Vou me preocupar mais comigo para mostrar que sim, podemos nos preocupar com as pessoas além de nossas próprias vontades e convicções e que sim existem pessoas que ouvem o detalhe e o realiza.
Que existe alguém que vê na minúscia e que não mede esforços, que procura alternativas para fazer o outro feliz.
E não, não vou justificar.
Vou fazer, porque acima de tudo quero ver o sorriso, quero sentir a alegria, quero causar um frio na espinha.
E isso não é para me vangloriar de tê-lo feito, mas para que eu possa saber que pude amar acima de tudo. Mas não acima de mim, eu me amei antes, pois quando eu quis te fazer feliz eu também fui feliz.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

"O sofrimento causado pela nossa distância, nunca superará o amor que alimenta a esperança do nosso retorno."
 
Eu quero confiar que isso tudo será verdade. 
Eu preciso que isso seja verdade.
Me mostre...





sexta-feira, 1 de abril de 2011

Miopia.

Sim são lágrimas, e elas não estão aqui por acaso.
É engraçado como elas surgem sabe? Porque elas são involuntárias, a gente não consegue segurar.
Elas começam tão suaves. Depois ficam quentes, ardem, são pesadas e aí você se dá conta que elas não são tão involuntárias assim. Elas surgem porque algo interno nosso não está bem. E quer, de alguma forma, mostrar ao nosso corpo e ao mundo que existe vida e sentimento dentro da gente.
Essas lágrimas poderiam ser de alegria, mas não são.
Porque se fossem meus olhos, assim como meus lábios e meu coração estariam sorrindo. Não haveria soluços, não haveria dor, não haveria morte.
Li certa vez que elas nascem de um lugar muito particular chamado coração. E ele é quem alimenta nosso corpo com sentimentos e reações. Ele alimenta até a razão. E nesse texto que li diz que elas o lipam e ajudam a expulsar um líquído amargo chamado dor.

Sim, no meu rosto não há sorrisos. Era pra ter?
O sorriso, ao contrário das lágrimas, não limpam a alma e nem demostram tristeza.
Ele é como um raio de sol que emite a certeza de um novo dia, a certeza de felicidade.
Mas o sorriso também é involuntário, assim como as lágrimas. Ele surge como reflexo de algo muito bom que entrou no nosso coração.

Sim, minhas mãos tremem. Não consigo controlá-las.
É surpreendente como não consigo fazer parar.
Dizem que quando elas tremem assim é porque você está emocionado. Mas elas tremem com uma força que eu não consigo entender, pois não sinto forças no meu corpo.
Elas também estão geladas, por um momento sinto que meu coração não consegue alcançá-las. Acho que estou emocionado sim, mas pelas minhas lágrimas e pela dor no coração vejo que não é uma boa coisa.

Sim, estou ofegante.
Me falta ar, me falta paz, me falta chão.
Dizem que estar ofegante é sinal de que se está tão feliz que seu corpo não consegue acompanhar as batidas do seu coração e por isso você não respira direito. Fica irregular.
È verdade não consigo respirar, mas porque algo me aperta por dentro. Comprime meus pulmões, aperta minha garganta e para meu coração. Deve ser por isso né?

Sim, estou sofrendo. Você consegue ver isso? Então porque você está aí parado sem fazer nada?
Por que eu tenho que me sentir envergonhado, porque eu tenho que ser o pensador e ficar preocupado com o dia de amanhã? Por que eu tenho que sofrer quando a única coisa que fiz foi te amar?

Minhas lágrimas eram para ser de alegria, não eram?
Meu sorriso era para estar aqui, não é mesmo?
Você prometeu que estaria comigo, então porque minhas mãos estão gélidas de medo?
E o que fiz para merecer esta dor, essa falta de ar. Você disse que ia me amar e cuidar de mim.

Não existe sol hoje, eu não consigo enxergar algo em mim que esteja sadio.

É isso que vejo. E os seus olhos, o que querem enxergar?


(Foto: Graciela Iturbide)

domingo, 27 de março de 2011

Gabriela ( desabafo)

Por que nós seres humanos temos essa necessidade à afirmação que somos diferentes e melhores que os outros?

Não acho ruim as pessoas serem diferentes, na verdade o mundo seria uma chatice se tudo fosse igual. O que quero dizer é essa maldita necessidade que temos de mostrar e demonstrar nossas "particularidades".

É da essência do ser humano buscar atenção, mostrar que é independente. E isso acontece à séculos. Mas em uma sociedade tão "evoluída" e com tantas formas de pensar e agir, por que acreditar que mostrar uma foto polêmica é ser diferente? E ouvir uma música de uma banda que quase ninguém ( aqui no Brasil) conhece é ser diferente?
Por que pensar que vestir-se igual ao modismo das passarelas ou saber falar inglês ou usar cocaína e maconha é ser diferente? Ou ainda não fazer porra nenhuma é ser diferente?

Eu caí em uma maldita fase de plágio artístico e cultural. Na verdade, eu passei por uma época onde o que era estranho para os outros era bom para mim. Só que com essa exclusividade de gostos vem uma sorte de acusações e exclusões que não vale a pena. Sem contar que o fato de ser mantedor dessas escolhas te faz limitado a elas.

Só que com o tempo isso vai perdendo a graça, e digo isso não apenas em relação à musica, moda ou jeitos, mas principalmente à posturas.

Pode estar meio confuso esse texto, mas o que quero realmente dizer é que manter postura irredutível, inflexível e exclusiva não ajuda. Acredito que não faz ninguém melhor. Uma pessoa uma vez me disse "que os valores mudam, é inevitável e o ruim é quando você faz algo que não acompanha essa mudança"

Tem pessoas que tem como meta ou hobby caçar minúcias que as tornem exclusivas.
Outras buscam no seu temperamento justificativas para serem diferentes e serem aceitas. E por vezes a irredutibilidade ( nem sei se essa palavra existe) é o que as tornam exclusivas. Donde me saiu essa afirmação?
Eu sou assim.
Tenho uma mania feia de justificar minhas ignorâncias em função do meu temperamento e também de espelhar minha "diferença" nesse mesmo temperamento.
Tipo: " Eu nasci assim, eu cresci assim. Eu sou mesmo assim. Vou ser sempre assim...Gabriela"
Apesar da música ser fantástica, para muitos ou para todos ( não sei ao certo) não deveria ser regra.
Mas o pior mesmo é quando a pessoa não nasceu assim, não cresceu assim, nunca foi assim e dizer que vai morrer assim.

Não acho justo dizer que a busca por coisas boas ou ter um gosto diferenciado é um mau sinal. Se assim fosse, não existiriam tantas coisas boas para tantos tipos de pessoas e é obvio que o que é bom para mim pode ser péssimo para você. E vice-versa.
O que é péssimo é você tentar justificar seus gostos a todo custo e impor isso aos outros como verdade única. Ou ainda julgar outros gostos e posturas como piores que os seus.

Como disse no começo do texto temos essa necessidade de auto-afirmação, de sermos melhores e mais evoluídos e de demostrarmos isso. Que somos mais descolados, mais atualizados, mais ricos, mais inteligentes, mais dotados de coisas que ninguém mais tem.
Particularmente tenho uma necessidade de ser elogiado ( quem não tem), mas o que esqueço é que elogio de verdade é consequência de algo bom que você fez. Também tenho uma necessidade de ser lembrado ( todos queremos isso) e acredito que serei. E é aí que vem o pulo do gato, como eu quero ser lembrado?

"Olha, não é ele que é metido pra caramba?" ou "Poxa, aquele ali não é aquele carinha super gente fina?"

É bom ser lembrado por agredir ou por apaziguar?
Por mentir ou por sincero?( não crítico).
Por ser prepotente ou por reconhecer que você é humano também?
Por ser arrogante ou por ser agradável?
Por impor ou por buscar um senso comum?
Por ser dono da verdade ou por tentar enxergar que não sou dotado de todo conhecimento?
Por ser esperto ou por ser sábio?
Pelos palavrões ou pelas pelavras que edificam?
Por ser bruto ou por ser humano?

Bem café com leite minhas colocações, não acha? Sim podem ser. Mas esquecemos que a simplicidade é tão rara que ela pode nos tornar diferentes. E que ser absoluto e irredutível não o faz melhor ou pior que os outros, apenas te faz ser você. E isso é bom ou ruim?
Ser diferente como estamos querendo ajuda ou atrapalha? Nos faz realmente diferentes e evoluídos?

Eu não sei, a única coisa que quero fazer a partir de agora é não me julgar assim "diferente". Não pelas minhas posturas arrogantes e gostos estranhos. E muito menos dizer que estou certo ( risos, como isso é difícil).

Todas as pessoas tem algo que as fazem únicas e por consequência diferentes, e que dão a elas o mérito dessa exclusividade. E isso é para complementar as outras pessoas e não contrapor. E as pessoas procuram grupos fechados ou se fecham aos grupos nessa busca desenfreiada pelo reconhecimento. Outras estão tão fechadas em suas convicções que isso as tornam diferentes sim. Diferentes e impossível de se conviver.
Não quero ser impossível de se conviver sabe? É tão bom quando você é agradável e isso meu amigo é que hoje faz toda diferença.

Não quero perder o que me é importante, em função daquilo que não sou
Cada pessoa é muito particular e isso basta.