segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Feios necessários!

Você já parou para pensar o que seria dos belos se não fossem os feios?

O que seria de todos aqueles corpos sarados, abdômens definidos, braços esculturais, barriga lisa ou de tanquinho?
Qual seria o charme da tatuagem à mostra nas costas, no braço, na panturrilha?
Onde ficariam os sorrisos perfeitos, os olhos claros, os cabelos cuidadosamente desenhados?

Ah, não podemos esquecer da perfeição também na dança, aqueles passos calientes, o jogar dos quadris.
E o rebolado?....nossa... de tirar o fôlego (ai God, que calor).

Enfim, o que seria dos belos sem os feios?

É hipocrisia dizer que quando passa alguém bonito não olhamos e ficamos imaginando que mais belo que o rosto e mais perfeito que o corpo só podem ser os pensamentos.
E porque não os sentimentos?

Porque todo bonito é "por natureza" destinado também à perfeição da alma.
Não que eles sejam realmente perfeitos{de alma},mas é tão fácil imaginar...
Ou seria difícil crer que debaixo de tanto encanto angelical possa ter algo humano?

Mas não nos esqueçamos da modéstia.
Sim, porque ela só perde para o encanto que exala de cada poro desses seres.

Ser bonito não é bom, na verdade é péssimo.
Afinal, ser olhado, lembrado, querido, desejado, aceito sem precisar fazer NADA...é ridicularmente fácil, fútil, sem merecimento.

E para os feios ter um belo ao seu lado é só dor de cabeça, ter um relacionamento então? Vixe...
Imagina comigo...deve ser uma dificuldade ter aquele tanto de gente dando em cima o tempo todo e a concorrência é desleal.

Mas tem algo que me surpreende, que me faz pensar em como esse universo é louco e profano.

De tudo que já vi e presenciei o mais intrigante foi vislumbrar com que maestria os belos se incluem no mundo dos feios.
Não como coadjuvantes ou aspirantes,mas como participantes do mundo dos mortais.

O belo decide pensar.
E quando ele pensa nada resiste, pois aí está o que os feios não tem: beleza somada à esperteza(não aquela coisa chamada inteligência).

É aí que o feio, por vezes, pensa ser visto e aceito pelo belo.
Depois sobram apenas a culpa do feio e a desculpa do belo.
São matérias que não se explicam,elementos que não se misturam.
Cada um existe e coexiste em seu lugar, participando quando deve da vida do outro.

Olha...eu não sei, mas às vezes tenho dó dos belos, pois os pobrezinhos esquecem que são apenas parte do comparativo e não a referência.

O belo é fraco, pois não conhece a rejeição.
Ele pode ser vítima desse mundo frio e cruel que não aceita a diferença e as minorias.

Os feios são necessários sim.
Se eles não existissem para se ter pena os belos seriam a normalidade.
E convenhamos é bom olhar para alguém e não sentir pena de si mesmo.
É bom ter um referência, alguém com quem se queira parecer.

Melhor que isso é só o desespero[por parte do feio é claro] que é fruto do amor platônico entre os mundos.
O belo sabe, finge que não sabe.
Então o feio confessa e por milagre um beijo surge.
Pronto a caridade foi feita, o belo é mais belo, pois não olhou a pequenez do outro, fez-se igual.

E se algo der errado, a culpa é do feio que de tanto viver sem nada não sabe lidar com a situação.

Pensando bem o feio é muito importante na vida do belo.
Para amenizar o primeiro é que o segundo existe.

Por isso um viva, um viva a todos nós feios necessários.

domingo, 24 de outubro de 2010

O que é permitido ao ser humano?

É permitido estar na continuação de uma história já sabida.
Por que ao ser humano foi dado o nascer, o crescer e o morrer.

Sinto que nos foi dada a missão de seguir um fluxo.

Quando nasci é certo que nada pesava sobre meus ombros, até então não tinham sido ditadas as regras do mundo dos viventes. Com custo aprendemos todas as minúcias do dom da vida.

Algumas vezes as regras nos vem ao encontro, outras vezes temos que buscá-las.
Outras, ainda,nos assustam e só as percebemos quando já estamos agonizando no erro e no medo. No receio e na culpa.

Não sabemos do que são feitas as coisas, porque as coisas até então simplesmente existiam.
Não sabemos porque as coisas acontecem, porque éramos apenas parte do processo.

Então sabemos do processo, do certo, do errado, do belo, do vergonhoso, do orgulho, do medo...medo...medo.

É certo que na vida somos eternos aprendizes e as lições que dela tiramos nos tornam sábios.
Sábios de nossas tolices.
Porque ao ser humano foi concedido olhar, ouvir, falar,sentir, julgar e agir...agir.

Também pode ocorrer de não entendermos o certo, se é que ele existe, e portanto estamos imersos no erro que não sabíamos que existia.

Porque ao ser humano foi dado o dom de avaliar e escolher e portanto sejam "suas" as decisões.

Então descobrimos o sentimento, o que motiva. A alegria, a tristeza, o carinho, o desafeto, a inveja...o ódio...o amor...a paixão...a razão.

E tudo o que nos ensinaram começa a ganhar forma, a pesar...

Porque ao ser humano foram dadas as lágrimas, fonte real e abundante que externa todos esses sentimentos...língua universal de quem sente.

Tudo nos foi dado e somos miseráveis ao ponto de privar-nos do mundo.Privar-nos do riso, da alegria, do amor.

Ao ser humano foi dado apenas o viver, então o dissecamos em etapas, em fases, em explicações que nem conseguimos entender. E o que deveria ser tão simples tornou-se um monte de vísceras inúteis que nada movem, que nada animam.

E o que nos sobra é lamentar sobre o nada, o nada que nos permitimos.