Sabe, é incrível como uma viagem pode te mostrar tanto, em coisas tão banais do dia a dia. Creio que nas últimas semanas pude experimentar vários sabores e dessabores, e o que me deixa mais "encucado" é a força com que os acontecimento me bombardearam.
Posso dizer que bobeiras me surpreenderam, exemplo disso foi um macarrão que me encantou(risos)-aliás em Goiânia Restaurante Paradiso é o que há - mas acho que não foi só o macarrão, mas o lugar, a situação. Nunca me tinha permitido observar o que me circunda em uma visão que fosse menos egoísta, que fosse mais situacional...ôpa, complicado demais. Deixa eu resumir: experimentar uma massa, com um bom vinho, sozinho em plena sexta.. imaginar isso pode parecer que foi tristeza, melancolia e pena... Mas depois que saí não sentia solidão. Sentia até um alívio, estava realmente feliz(se bem que ser apenas efeito do vinho). Observei cautelosamente as pessoas que estavam no ambiente e vi que elas também compartilhavam a alegria, não a minha, mas algo de entregar-se a realização daquela experiência.
A experiência ali era simplesmente deixar acontecer o momento.O local e a refeição eram coadjuvantes na cena. Percebi que não preciso, necessariamente, de algo ou alguém para ficar feliz(a menos que seja um bom vinho) o que precisei ali foi simplesmente aproveitar e sentir tudo que me circundava.
Nossa vida é composta de pequenos prazeres e eles estão em toda parte, são simples, muito simples. Comer fandangos e tomar coca, assistir um filme no escuro, rir de momentos que já passaram mas marcaram, se arriscar em algo novo. Isso tudo nos compõem, e é através disso que podemos experimentar mais.
Algo que me deixou mais convicto disso foi observar um casal de amigos, que me surpreenderam pela simplicidade da convivência e a grandeza do sentimento. Às vezes não entendemos porque grandes amigos dão um escapadinha de nossa visão e quando vemos passaram 4 ou 5 anos de escapadinha e parece que você perdeu o mais interessante do processo. Só que nossos amigos também tem pequenos prazeres que às vezes não dividimos, ou participamos. Depois de vê-los tive certeza que ainda existe romantismo e cumplicidade, e que ainda existem pessoas que dividem nossos pequenos segredos e nossas grandes ambições.
Minha última viagem não uma visita ao interior do estado, foi antes uma visita ao meu interior, ficar sozinho ajuda a você perceber coisas que até então eram desconhecidas, ajuda a enfrentar medos, a avaliar suas ações, mas principalmente te dá a oportunidade de ver quem te é caro e precioso. E o quanto é importante estar com essas pessoas, aproveitar certos momentos e esquecer outros.
Eu não sei quanto ao resto do mundo, mas eu aproveitarei cada pequeno prazer meu.