terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Passagem

O que esperar de um ano que começa?

As pessoas esperam demais das outras pessoas. 
E não só das outras pessoas, esperam demais de um novo ano, de um mês de férias, de uma semana de trabalho, de um dia, mas principalmente dos 10 segundos finais do 31 de dezembro.
Elas tentam, nessa contagem, deixar para trás toda a carga que veem trazendo há anos nas costas.
Em dez segundos elas prometem, idealizam, choram, rezam. Relembram e tentam esquecer todas as ações, faltas e decepções.
Seria lindo se fosse assim, mas não é...

Você não tem como mudar um ano em dez segundos, quanto mais uma vida.
As pessoas esquecem que não devemos esperar de outras pessoas ou de novos anos.
Devemos antes de tudo esperar de nós mesmos, exigir o sucesso de um ano diferente de nós e não de um amontoado de dias.

Os dias existem para todos, as horas são comuns o que faz a diferença é como escolhemos vivê-las e passá-los.

Não adianta jogar caroço de uvas para trás ou oferecer sidra para Iemanjá.
Não é justo culpar a nota de um dólar na sua carteira ou culpar a Deus, Buda, Jesus, Maomé ou o Diabo por suas infelicidades.

Estamos em um mundo em que a intereção acontece com o outro ao nosso lado e o que justifica nossa existência é simplesmente o fato de não ser justificável. Ela é única, inexplicável e gratuita.

Esperamos demais, aí mora o problema.

As pessoas esquecem que somos nós que fazemos o nosso dia. 
Que tudo que acontece conosco faz parte de estar com alguém, que o que nos afeta antes saiu de nós.
As pessoas esquecem que a festa foi criada  por nós, os ritos, as expressões, os sentidos,as simpatias, os desejos.
As pessoas esquecem que somos tão iguais e tão diferentes dos outros conforme a nossa necessidade e não de acordo com nosso íntimo. 
Porque no ítimo buscamos a mesma coisa, desejamos os mesmos bens e esperamos ser tratados da melhor forma possivel.

A passagem é ritual nós somos de verdade. 
A força não está na contagem, está antes impregnada em cada ação que fazemos, em cada passo que damos, na direção que optamos. 
Podemos  gostar diferente basta querer. 
Enquanto as pessoas procurarem justificativas para não gostarem, permanecerão cegas quando aparecer alguem que valha a pena estar perto. 
Podemos atrair para perto de nós tudo aquilo que é bom e permancer com esse algo bom do nosso lado.
As coisas se vão. É o ciclo da vida, assim como o dia passa e o ano se renova.
Pior do que ir embora é não fazer nenhum esforço para que o outro fique.

O que esperar de um ano que começa? 

Que não o estraguemos igual o que se passou.

Um comentário:

  1. Nossa.. ainda não tinha tido tempo de ler esse texto. Mas olha, apesar de fazer meus rituais(em agradecimento)e acreditar neles, concordo com o que disse, tudo depende primeiro de nós mesmo, não adianta ficar esperando nada dos outros. Aprendi uma coisa: "Quem quer, faz!" rsrs.. =)

    Beijos!

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